A primeira vez que provei essa farofa foi numa manhã de sábado. Estávamos eu e minha avó em casa, ela cozinheira de mão cheia me elegeu para o cargo de ajudante e fomos nós duas pra cozinha preparar o almoço.
Naquele dia eu nem tinha consciência do que um momento como aquele representaria pra mim anos mais tarde. E nem que eu não a veria mais depois daqueles dias que passamos juntas. Essa é a parte triste.
Mas eu queria falar dessa coisa de cozinhar junto, essa cumplicidade… É com pouquíssimas pessoas que me sinto à vontade pra fazer isso. Não é um simples misturar de temperos, esperar o tempo certo e colocar na mesa. Não, é um ritual. E entre o vai e vem de panelas e ingredientes rola uma conversa gostosa. Às vezes me pego imaginando eu e minha filha na cozinha, assim como fico eu e minha mãe marocando ao redor do fogão quando ela vem me visitar.
Mas voltando ao sábado: ali eu era apenas uma coadjuvante, a professora era ela, e ela queria me ensinar uma receita que tinha aprendido com a Ofélia, de quem me deu um exemplar autografado. Logo descobri que esse era um tipo de prato que eu guardaria na memória pra sempre, e como imaginei, vez em quando ele aparece aqui na nossa mesa.
A farofa de arroz é uma receita totalmente aberta a adaptações. Não dá nem pra dizer que é uma receita. Mas vou tentar mostrar a “alma do negócio”, e cada um se sinta à vontade pra fazer com os ingredientes que quiser. Para duas pessoas:
- 1 xícara de arroz cozido
- 1 xícara de farinha de sua preferência
- Cebola, tomate, pimentão
- 3 linguiças defumadas da pequena, ou 1 da comprida
- 1 xícara de vagem cozida
- 2 ovos
- Sal e pimenta do reino à gosto
- Cheiro verde à gosto para salpicar
- Refogue a cebola, tomate e pimentão picados em óleo ou azeite
- Junte a linguiça e doure
- Acrescente os ovos, aguarde 1 minuto sem mexer, depois mexa rapidamente para que ele se misture aos demais ingredientes
- Junte a farinha, misture bem
- Acrescente o arroz e a vagem, misture bem
- Acerte o sal, a pimenta do reino à gosto, salpique o cheiro verde e sirva
Não preciso dizer que você pode usar aí sobras de frango, de arroz, de carne desfiada, e tudo mais o que sua geladeira produzir de restos de comida, ok?
Nessa proposta você tem um prato único. Pode também não colocar nenhum tipo de carne, e servir como acompanhamento. Pode levar ou não vagem. Pode levar ou não ovos. Enfim, invente, tente, faça uma farofa de arroz diferente!
6 respostas
já fiz e adorei sempre que sobra alguma coisa na geladeira e bom tambem inventar que da certo.
Comendo a farofa de arroz neste exato momento!!! que delícia!!!
Bem cara de comodinha da vó!=D
Amei o seu blog.
É simplesmente uma delícia!!!
Um abraço fraterno e que as bençãos do Senhor estejam sempre sobre sua vida.
Angelita, já compreendi seu sentimento pela linguiça, e respeito =) Mas como vc pode ver, dá pra fazer com outras opções de carne.
Eu tenho a maior vontade de fazer o couscous marroquino, mas ainda não encontrei o grão por aqui pra comprar, e quando encontrei, estava "descapitalizada". Logo, espero em breve realizar meu sonho de preparar um couscous que vi a Nigella fazendo, hummmmm!
Telma, quebra uma árvore, né =) E a gente sempre tem que ter na manga essas receitinhas pra se virar nessa vida tão corrida, então todas as que eu encontrar eu vou colocar aqui =) Bjus!
Minha amigaaaaaa….
Eu já fiz essa farofa…. é muito gostosa…. com mais ou menos esse ingredientes….. ela quebra um galho viu??? quando você chega em cima da hora de um almoço…. e fica uma delícia sim.
Beijos
Telma
Essa receita é tipo a irmã do couscous marroquino: junta o que tiver na geladeira usando um ingrediente (no caso arroz) como a matéria-prima da gororoba e, pronto!, temos um prato gostoso para ser servido. Gostei!
Mas, novamente, tiraria a linguiça… ehhehehe Mas dessa vez explico a razão da minha aversão à iguaria: eu não gosto de carne de porco, só o cheiro já me embrulha o estômago. Aí agora você vai me perguntar: mas e linguiça branca? Eu não gosto do cenceito linguiça: os miúdos do bicho ensacados nas tripas… Essa eu passo. =)
Beijo!